quarta-feira, 24 de junho de 2009

Cabeças Falantes em Línguas




Nós temos o bolso duro, mas não o miolo mole. Dizer da impossibilidade de viver de manifestação artística nesta cidade. He He He, só nesta?! Porém, apesar de todas as agruras financeiras, as atividades criadoras são contínuas. O prazer nos sustenta em pé?! Hoje nos reunimos numa padaria e rimos e coisas feitas e outras criando pés e serão nossos pés. Pés de prazer! Ou muletas?! Tomamos um refrigerante apenas com um salgado – a duras penas – porque era de frango. Nós temos o bolso duro, mas não o miolo mole. Aguardemos a Validuaté e trocaremos recíprocos pégasos de encontros levitantes instigadores da descoberta boa. Depois falarei mais sobre teresina + arte + dinheiro = Essa é uma equação inexistente?! E como o assunto dá muita manga pro pano comprido, falarei somente de uma lembrança do dia: a poesia. Não desejei isso, mas todas essas percepções passam pelo corpoema: todos os ódios, sangues, guerras, paz, paciência e pobreza são vistos por esse vício. Pois bem. Ah! Lembro hoje de um padre de 1712, Dom Raphael Bluteau, que dizia o que é verso:

A idade própria para fazer versos é a mocidade,
porque a Poesia quer a flor dos espíritos.

Ao príncipe dos poetas Apollo, nunca o vi pintado velho,
com cabelinhos louros,
mais se facilitam as musas, que com cãs venerandas.

Dos Oráculos foram recebidas as respostas em verso,
até que no mundo, já mais grave e sisudo
se foram introduzindo costumes mais severos.

Então, a História separou da Fábula, a verdade.
Chamam-se os Poetas Cisnes, título que os faz desprezíveis,
porque não é estimada a candidez.

Não se faz caso dos versificadores,
porque cantam Odes, e não contam Moedas.

Pallas, fabuloso Nume da sabedoria, e das ciências,
antigamente entre os nomes, que lhe deram, teve o da Moeda,
porque sempre mais nomeada é a ciência, que com dinheiro se acha.

Querer adiantar-se com versos é fundar em versas a sua fortuna.

O Parnaso é monte infrutífero,
os oureiros não produzem coisa que se possa comer.

Musas há mais estéreis que virgens.

Ao som das liras não acodem as libras.

Por isso dizia um discreto que o adjetivo de poeta é pobre.

Ah, Dom Raphael Bluteau, estamos fritos?!
Dinheiro é preciso. O resto é besteira. Só isso?!

Atividade Proposta
Após a leitura do texto, responda às questões anteriores
e traga no próximo encontro:
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