sexta-feira, 20 de novembro de 2009

8. a lenda do peixe francês


Acabo de ver na tv que o produtor Herbert Richers morreu hoje. Acredito que alguém deve ter sentido o mesmo que eu: uma presença tão frequente e ao mesmo tempo tão longínqua; uma presença tão recorrente e... quem já tinha visto seu rosto?! Se essa situação fosse um filme, se chamaria "Meu querido estranho". Lembrei da banda Validuaté e de como tudo vai se encontrando nessa vida imprevisível: canção + dublagem + minha singela homenagem.

Algumas presenças no mundo encantam e inquietam e estranham a mente. Dentre outras, podem ser ímãs de atração: sapo, peixe, borboleta e abacaxi. E eis que senti o soturno de um peixe apaixonado por uma borboleta. Um é só água, a outra sempre vento. Dor e impossível que não cura nem com todo ungüento. Escrevi a letra da canção "a lenda do peixe francês" e a tristeza de tinta impressa. Na sua casa, Quaresma leu o texto, riu, gostou. Depois de curto tempo, ele pôs a melodia, fomos ensaiando com John, Wagner, Vazin, Júnior... Quaresma, depois de assistir ao filme Escorpião Rei, teve a brilhante idéia de chamar o grande ator e dublador IZAAC BARDAVID! ...Para interpretar um trecho da canção com sua voz de Tigrão e Esqueleto e Wolverine e tantas outras personas. Quaresma conseguiu o número do Seu Izaac com os Estúdios Dellarte e o comunicou desse desejo. Izaac disse nunca ter feito participação em banda de música, mas aceitou a dança. O trecho da letra foi gravado no estúdio Herbert Richers:

“A dublagem, como a conhecemos hoje em dia, foi introduzida pela Herbert Richers em 1960, com a ajuda de Walt Disney. Como a legenda na época não era boa, a televisão pequena, em preto e branco e sem definições, resolveram colocar vozes brasileiras nas produções estrangeiras. Hoje, são dubladas, em média, 150 horas de filmes por mês, o que corresponde a setenta por cento da dublagem exibida nos cinemas. Ou seja, a marca registrada Herbert Richers não está presente apenas no que é feito no país, mas em grande parte do que recebemos de fora também”. (texto do site do estúdio)

Agora, toda vez que ouvimos na TV: “Versão brasileira: HERBERT RICHERS!”, damos risada e relembramos que a Validuaté também tem um pedaço do Seu Izzac, do Esqueleto, do Wolverine e é até Herbert Richers!

4 comentários:

Cynthia Osório disse...

Nossa! Quanta história interessante que eu não sabia!

Airlon disse...

apenas aproveitando a deixa do título do post... quando teremos novas cifras de músicas de vocês? Seria muito pedir 'bruta como antigamente' ou 'eu só quero acabar com você'? Abraços, saudações musicais...

APS

Thiago E disse...

sobre as cifras: logo disponibilizá-la-emos, airlon!
só estamos aperriados com trabalhos e confusões, mas dentro de em breve de logo logo, num vapt-vupt feito vrum, postá-las-emos: embora emos não 'sejemos', rs!

Anônimo disse...

Ouvi um tempo desses, sobre a lenda de uns piauienses cantando francês, na boca da noite em meio aos vanguardistas da cidade eu os conheci, Tem um tal de Noé Mendes que o diga, brutos nos bares mais boêmios desta cidade já me embalei nas Ondas do Validuaté...
É bom ter ídolos regionais, por que Cazuza morreu, Raul virou estrela ou telha, e Roberto Carlos mora longe, e o Vali é daqui está bem aqui, eu posso cantar, ver e até cumprimentar, ídolos regionais, são mais acessíveis, reais, só querem ser, mais o pior é que eles são.