Ganhando cena indie de SP e Rio, Validuaté encurta distância entre brega e erudito
27 de abril de 2011 | 6h 00
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Jotabê Medeiros - O Estado de S.Paulo
Válido até ____. O prazo de validade incompleto, a ser preenchido (aquilo que poderia ser uma escolha temerária, uma crítica pronta para deleite de um resenhista sádico), acabou virando o nome da mais destacada nova banda do Piauí. Validuaté é um combo de interesses múltiplos - samba, baião, heavy metal, reggae, brega - que reúne nada menos do que três bacharéis em Letras e reencontra uma tradição lírica piauiense que revigora a presença de dois ilustres conterrâneos: os poetas Mário Faustino (1930-1962) e o tropicalista Torquato Neto (1944-1972).
'Todo Estado tem seu mangue, sua lama, seu caos'
O Validuaté destoa de seus colegas do pop nordestino por privilegiar a irreverência (em vez da seriedade conceitual) e por fazer um pop sem regras ou fórmulas. Mas o que acentua a diferença é que, de repente, pinta um nível de informação erudita no meio de uma levada brega. Sem afetação. Os piauienses não querem forçar uma barra, uma associação com seus antecessores ilustres. "De repente, a gente faz essa parceria Validufaustino ou Torquataté. São possíveis maravilhosos", diverte-se o cantor, ator e compositor Thiago E.
Como ator, Thiago E. já viveu o universo poético de Torquato e Faustino no teatro, em peças montadas a partir de textos dos dois. Chegou a musicar o poema Que Tal, de Torquato (semelhante ao que os Titãs fizeram com Go Back), para trilha de peça - e a canção acabou entrando no repertório do Validuaté. "Em Teresina, Mário Faustino é bem menos lembrado que Torquato, até porque este último teve uma enorme importância na história da música brasileira e da contracultura. Qualquer artista em Teresina conhece Torquato. Então, fica até um pouco perigoso você trabalhá-lo artisticamente, pois pode, facilmente, cair num clichê", analisa.
Não há analogias fáceis para o trabalho do grupo. Superbonder, por exemplo, um de seus hits, tem uma pegada que evoca os melhores momentos da poesia química do simbolista paraibano Augusto dos Anjos: "Fractal metamórfico barbitúrico colossal/ Pórtico liso erudito transformusculacional".
Mais no link:
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,a-ironia-refinada-que-vem-do-piaui,711010,0.htm
Um comentário:
Faiooouuu o financimento do 5 mil Réis !
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