terça-feira, 29 de setembro de 2009

INFORME: VOTE VALIDUATÉ


Repasso o e-mail de Diego Lopes sobre
como votar no V Festival Cantos do Piauí:


Público deve seguir orientações para validar seu voto

A votação oficial do V Festival de Música Cantos do Piauí está um sucessos. Milhares de pessoas já participaram - ligando para o número (86) 3228-0008 - e estão concorrendo ao sorteio de um notebook.

Alguns votos não foram computados porque a ligação não foi completada. Para que a escolha do público tenha validade é necessário que o ouvinte siga todas as orientações indicadas durante a ligação.

Após escolher seu voto entre as opções ‘música 1’, ‘música 2’ e ‘música 3’, o ouvinte deve falar seu nome e endereço e em seguida teclar o número zero para finalizar e validar sua escolha, ou esperar o agradecimento ("Obrigado!") citado na gravação.

Nesta primeira semana de votação para a final (de 28 de setembro a 03 de outubro) disputam a preferência do público as composições; “Magia Nordestina” (Música 1) de Raimundo Gutemberg, “A minha história mais bonita” (Música 2) de José Williams Moura e “Estro” (Música 3) de Gilvan Santos.

A quinta edição do Festival Cantos do Piauí é uma realização da Fundação Cultural do Piauí – Fundac, Governo do Estado, em parceria com Fundação Dom Avelar Brandão Vilela. O evento tem apoio da Coordenadoria de Comunicação do Estado – CCOM e da Fundação Antares.

Diego Lopes
(86) 8827-2003



Obrigados, abração e até já já!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Ontem, 6 e Meia + Cultura Africana


Fotografia: Jornal O Dia, 22/09/09.

Todo o nosso mui obrigados a quem compareceu ontem no 6 e Meia! Mui obrigamos mesmo! Abrimos o show da simpatissíssima Patricia Mellodi - repleta de performances, repertório bom e troca de figurinos que deixou tudo dinâmico e interessante de assistir: atitude rara nas apresentações locais. Um conceito óbvio esquecido: o palco está sendo visto! Uma apresentação ao vivo também é som para os olhos. Ora, direis "ouvir estrelas"?! Sim! Ouvir estrelas e ver a cor do som... o azul da estrela! No fim da apresentação da Patrícia (que estava vestida de Roberto Carlos), ainda fizemos uma pequena participação no palco - com palmas, catarolando e passos improvisados de dança, he!he!he!he! Foi divertido! Noite animando almas. Saímos do teatro e fomos pro Noé Mendes tocar na Festa da Cultura Africana. Mesmo com atrasos e exaustão no pulmão, fechamos a comemoração na UFPI. E, para encerrar este texto, fique com a voz de Jorge Mautner com a canção Lágrimas Negras. Um bom dia pra você! "... Belezas são coisas acesas por dentro... Tristezas são belezas apagadas pelo sofrimento... Belezas são coisas acesas por dentro..."

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ela é... a lenda do peixe francês.


PRÉ-CAMPANHA:

A Validuaté vai concorrer no
V Festival Cantos do Piauí.

Inscrevemos 2 canções:
"Ela é" e "A Lenda do Peixe Francês".

Em cada semana, 3 músicas inscritas
tocarão nas rádios e concorrerão entre si.

Por telefone, a mais votada da semana é classificada
para se apresentar na grande final no 4 de SETEMBRO

Contamos com a força musculosa de quem gosta da banda
E pedimos: VOTE VALIDUATÉ!!! VOTE VALIDUATÉ!!!

Por enquanto, é só um aviso, uma PRÉ-CAMPANHA.
Logo, vai estar aqui o TELEFONE para votação.

VAMOS FAZER O ECLESIASTES VALER A PENA!!!
VAMOS FAZER A UNIÃO FAZER A FORÇA!!!


Obrigadão, Uhuu! e Até Já Já!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

ULTRA-SOM



Nossos amigos Luciana e Dante estão grávidos de 7 meses. Lara é o nome do bebê. Pra demonstrar o apego acabei amalgamando outro camarada, Joniel Indiano Veras, pra compor comigo – e a canção ficou pronta:



ULTRA-SOM
Thiago E / Joniel Veras

Dentro da barriga da mãe,
Lara quer ter uma lâmpada acesa.
No escuro, não encontra as belezas
que ouve dentro da barriga da mãe.

No útero escuro da mãe,
Lara escuta um rock sobre uma estrela:
se não enxerga, imagina consigo
que é bonito não tê-la.

O som se torna luz, na barriga da mãe.

Lara apertada na casa escura
não sabe do seu quintal, ainda.
Lara imagina com o som o mundo
onde vai mais se mover,
depois da aquática vida de bebê.

Se não enxerga, imagina
Dentro da barriga da mãe.



Em breve, você que está lendo poderá ouvi-la também. Por hora, você pode imaginar a melodia. Imaginar... que nem a Lara.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Zéu Britto e Validuaté - PRIMEIRO ATO


Uhaaa!!! Dia 11 de setembro de 2009: quente. Ainda é quente porque “as coisas que não conseguem ser olvidadas continuam acontecendo...” e valeu, Mário Quintana! Quente literalmente: metaforicamente e metadentricamente. Depois de problemas com computador, fiz a inscrição da Validuaté no Festival Cantos do Piauí. Vamos concorrer com “A Lenda do Peixe Francês” e “Ela é” – contamos com a união para fazer a força! Vamo ver no que vai dar. Quaresma chegou na FUNDAC: - Thiago, o Zéu Britto tá comendo nx xxxxxxxxxxx. Então, é correr pra falarmos com ele. – Beleza, vamo lá. Pessoas asfalto quente buzinas um dois quatro dez carros buzina monturo de carros acidente suor sem cessar mais carros buzina chegamos. Ele não estava lá. Esperar. Desistimos. O tempo passou. Quando menos esperávamos, Quaresma fala: - Olha quem tá ali! Ele apareceu com a atriz Maria Paula, o produtor da peça, o ator Marcos Oliveira – que faz o Beiçola na Grande Família – e, quando tento reconhecer mais alguém, Zéu com voz esganada de ator bufo: - Eu conheço vocês! Rapaz, é o Validuaté!! Abraços e eu disse: - ÊÊêêÊ!!! Após os primeiros cumprimentos e encantamentos de alma acesa toda entusiasmada, nos alimentamos. A conversa com Zéu Britto foi inteira uhaaa!!! Eu queria dizer que ela foi simplesmente uhaaa!!! Mas não seria entendido e, pelo menos por enquanto, um entendimento. Sendo assim, tivemos um encontro empolgantedealumiarasforçasededeixaroespíritomusculoso,assemvergonhicessalienteseserelepescomosenosreconhecêssemoscarosamigosdedatalonganumpaporisonhoefrancomaisadjetivaçõesaesmo. Mesmo! Zéu Britto ficou com alguns discos “alegria girar” e a validade dessa banda se estende nas nossas vontades. Anunciou: - No próximo ano gravarei meu segundo disco, “Galante”: com canções inusitadas de amor para rir. E, rindo, nos despedimos e fomos embora. No estacionamento, Quaresma e eu aperriados: o carro no qual fomos estava trancado com a chave dentro!!! - Olha ali, Quaresma. – Só tu mesmo, Thiago! Nós dois: - Há!HA!Há!Há! Voltei ao restaurante. Peguei uma faca pra tentar entrar pelo porta-malas. Zéu Britto já fora: - O que foi?! – Olha ali! A chave dançava ironicamente no contato. Zéu tenta amenizar: - Eu também já passei por isso... Um deboche?! Há!Há!Há!Há! – Vocês não querem uma carona?! Vamos pro centro. Quaresma já estava perto do trabalho. Não foi. Aceitei. Dentro da van, Zéu disse: - Desde 2006 se tenta montar a peça Decamerão. Agregar patrocínio... Para conseguirmos juntar todo mundo é dificílimo. Veja o Marquinhos Oliveira: como ele grava sempre, os dias são sempre cheios... Marcos Oliveira: - Nada é fácil. Por causa do trabalho só poderei fazer a cirurgia que tenho que fazer em Dezembro... Será um feriado... Quis abraçá-lo. Chegamos. – Obrigado por tudo, Zéu. Obrigado gente. Mesmo. Caramba! Muito bom! Muito bom! Fiquei super feliz. A gente se fala depois-logologo. Cena de pessoas se abrações fortões. A cortina, por enquanto, poderia ser fechada aqui.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Tribuna do Norte

Ainda em decorrência de nossa ida a Fortaleza, boas reverberações nos chegam de tempos em tempos. Esta veio do Rio Grande do Norte, uma resenha de Yuno Silva que, em sua coluna Ondas Curtas no jornal Tribuna do Norte, escreve sobre três discos aos sábados. Nessa edição foi a vez de Décio Galvão, escritor, poeta e compositor potiguar que em seu "Poemúsicas" (Nação Potiguar/Série Galantes) conta com participações de Arnaldo Antunes, Dominguinhos, Paulinho Boca de Cantor, Zé Celso Martinez e Walter Franco; também foi a vez de Neto Lobo e a Cacimba e o cd homônimo, com o qual também fui presenteado pelos amigos da Rádio Educadora da Bahia, Nilton e Sartorello. Curti pra caramba o disco; para fechar a tríade resenhada, Yuno escreve sobre nosso "Alegria Girar". Para conferir os textos siga o link abaixo.



http://tribunadonorte.com.br/coluna/2018/data/5-9-2009



Muito obrigado a Joanisa Prates, que nos apresentou a Yuno Silva, a quem tabém somos muito gratos. Materemos sempre contatos. Abrações a todos.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Construa seu próprio peixe

Olá caríssimos amigos. Nada melhor que estar em uma roda de amigos e tocar músicas bacanas ao violão. A partir de hoje faremos a atualização de nosso banco de cifras com canções do primeiro e do segundo cd. Começamos com "A Lenda do Peixe Francês". Para conferir basta acessar o link de nossa página no cifraclub! Abrações

http://cifraclub.terra.com.br/cifras/validuate/

sábado, 5 de setembro de 2009

Rever texto de Luiz Tatit "Música para reouvir"



Hoje, cada um pode gravar o seu disco e colocá-lo na internet em busca de um ouvinte que nem chega a ouvi-lo por estar às voltas com suas próprias composições, que também serão lançadas na rede para que alguém as descubra e mostre aos outros. Esses outros geralmente estão ocupados, pois criam repertório para uma próxima investida musical que, sem gravadora e sem distribuidora, dependerá de divulgação em seus respectivos blogs, voltados aos internautas que ainda ouvem uma coisa ou outra se a fonte for conhecida ou bem recomendada. Mas mesmo esses internautas só ouvem trechos de cada música, saltando rapidamente de uma para a outra, colhendo impressões para realizar um novo trabalho que ficará disponível online.

A facilidade técnica de produção e a velocidade de circulação das obras musicais estão forjando uma realidade sonora com a qual nem sonhávamos décadas atrás. A ampliação desmedida do universo dos criadores vem abalando a capacidade de absorção dos consumidores. O fã que comprava o CD do artista agora vem presenteá-lo com o seu próprio, gravado em excelentes condições técnicas e ainda valorizado por um bom suporte gráfico que torna sua capa e seu encarte bastante atraentes. Mas o artista, que já recebera algumas dezenas de outros CDs e DVDs de outros fãs, provavelmente não terá tempo de ouvi-los (ou vê-los) pois está enfurnado num estúdio preparando novo trabalho que deverá compensar a pouca divulgação e acolhida do anterior, cujo lançamento coincidiu com uma época em que os ouvintes cuidavam de seus próprios discos...

Difícil compreender as novas relações de produção e consumo anunciadas no alvorecer do século 21. Não sabemos nem se estão se concretizando ou se virtualizando. Não podemos imaginar suas conseqüências e muito menos avaliá-las com os critérios ideológicos ou científicos erigidos no século passado. Por enquanto, parece-nos suficiente reconhecê-las como fenômenos irreversíveis que exigem a formação de uma nova mentalidade para o acompanhamento de seus efeitos sociais, culturais e estéticos. Nem podemos dizer ainda que algum dia estaremos em condições de julgar essas novas relações, uma vez que a compreensão, como a concebemos até hoje, pressupõe um grau de desaceleração que estará sempre em defasagem com a dinâmica alucinante da veiculação sonora dos nossos dias.

Talvez esse panorama descrito até aqui traduza mais uma tendência do que a realidade deste início de 2007. Grande parte da cena musical ainda é ocupada por nomes que se firmaram num contexto em que artista era artista e público era público. Uns faziam e outros ouviam. No entanto, mesmo esses artistas já se ressentem da pouca disposição do público para ouvir novas canções. Prefere reouvir a ouvir. As novas composições que tanto significam para o autor são apresentadas com extrema parcimônia, sempre em meio a muitas já consagradas. Ouvir é uma concessão da platéia, reouvir é o seu desejo. Ouvir é se sentir no centro do bombardeio diário das informações não solicitadas, reouvir é se proteger do bombardeio e poder escolher o que já é significativo. Outro sinal da mesma tendência manifestou-se há pouco na recepção ao novo e esperado disco do Chico (Carioca). Toda a elaboração cancional ali investida foi descartada na primeira, e talvez única, audição. Nenhuma faixa fez pensar em Quem te viu, quem te vê e muito menos em Construção. O prestígio do compositor garantiu a presença de todas as novidades no repertório do show, entretanto, do ponto de vista da platéia, era como se houvesse um contrato implícito: nós ouvimos, mas depois você canta “as boas”.

A preferência por obras assimiladas é um recurso, na verdade muito humano, de preservação de identidade. Aquilo que nos atrai é parte de nós que se desprega, mas que queremos de volta para nos sentirmos inteiros. É esse, aliás, o sentido de “objeto”. O sujeito o persegue não por veleidade, mas porque constitui um pedaço de si que precisa ser recuperado (Pedaço de Mim, do mesmo Chico, versa sobre isso). Assim, não há mal nenhum em querer reouvir. É um modo de repassar na memória tempos já vividos, em geral associados a idéias ou situações prazerosas, e de realinhavar conteúdos que vagam avulsos em nosso interior. É um modo de dar tempo ao tempo e de revigorar nossa identidade diante de um mundo cujo andamento açodado tende a nos despedaçar por dentro. Nessa linha, é interessante observar que os shows de hoje são sempre rituais de comunhão que atingem o seu ápice quando a platéia canta com o artista aquilo que já reouviu muitas vezes. Todos se juntam em defesa de um patrimônio subjetivo e coletivo que a “realidade” fora do auditório teima em dilapidar.

Acontece que a ampliação espantosa da faixa dos criadores, que poderia ser um bem em si, acaba produzindo no ouvinte uma espécie de defesa da própria sensibilidade (“Socorro, eu não estou sentindo nada”, diz a letra de Alice Ruiz). São tantas as canções interessantes e tantos os sentimentos transmitidos que já não podemos mais discerni-los nem incorporá-los. (“Tem tantos sentimentos / Deve ter algum que sirva”, idem). Eles nos escapam em sua maioria. Mas basta que alguns sejam fisgados e reproduzidos pelos veículos de comunicação, ou até pela atuação direta dos artistas que se esmeram em promover o próprio trabalho, para termos a comprovação de que as canções seguem respondendo ao anseio vital de desaceleração do ritmo de vida do ouvinte e continuam se convertendo em verdadeiros Leitmotiven de sua história.
Houve época em que gravar um disco era tudo que um artista poderia desejar. E só se pensava no registro de um segundo se a venda e a repercussão do primeiro fossem satisfatórias. Hoje, um CD gravado é ponto de partida para uma almejada carreira musical e, independentemente de qualquer sucesso de venda ou de crítica, o artista já se aventura num segundo disco, num terceiro, e assim por diante, até que uma canção “emplaque”. Emplacar, nesse universo, significa “permanecer”, virar objeto de reprodução na seqüência ininterrupta das criações do artista. No fundo, significa interromper momentaneamente a própria voracidade de criação em nome de um formato que precisa ser reouvido e incorporado aos ritos (ou apresentações) cancionais do autor. A produção desenfreada dos dias atuais não busca o novo em si, mas o que pode permanecer dentre as numerosas criações. Claro que existem graus de permanência. Algumas composições se transformam em hinos do autor e atingem uma permanência absoluta (ex. País Tropical, de Jorge Ben Jor), outras circulam apenas entre os seguidores mais próximos do artista, outras serão reconhecidas anos mais tarde, num contexto sociocultural diverso. E há, ainda, as que permanecem, mas são abandonadas pelo próprio autor, por desinteresse (ex. A Banda, de Chico Buarque) ou por razões de foro íntimo (ex. Quero Que Vá Tudo Pro Inferno, de Erasmo e Roberto Carlos). Qualquer desses graus tem sua importância e contribui para a formação das identidades pessoais e do patrimônio coletivo. E ao artista é imprescindível atingir algum grau de permanência, embora isso não lhe seja suficiente. Em geral, quanto mais o público quer reouvir, mais o compositor lhe propõe novidades, até que uma delas outra vez emplaque. Terá o artista, então, o melhor testemunho da própria vitalidade.

Jamais se produziu tanta canção de qualidade (maior ou menor) no Brasil como nos dias atuais. A oferta supera a demanda em diversos itens. É notável a rapidez com que um ouvinte se transforma em artista, muitas vezes mais produtivo que seus ídolos, e alimenta com suas composições um mercado já inflacionado de bons trabalhos, deixando perplexos tanto os demais ouvintes quanto a própria classe musical. Quanto aos instrumentistas de hoje, pode-se dizer que, experiências à parte, começam suas carreiras no ponto em que seus reverenciados mestres terminaram e atingem metas muito mais exigentes. O ofício de cancionista, embora ainda não seja reconhecido pelas instâncias formais, já é uma profissão concreta e promissora na cabeça dos jovens de agora e isso os leva a compor desde muito cedo. O problema é dar vazão a toda essa fecundidade num formato que evite o descarte sumário, decorrente do atropelo informativo, e que estimule de algum modo a reaudição.
A internet é um campo a ser explorado, mas não faz parte de suas atribuições avalizar os produtos que circulam na rede. Sua feição caótica, embora proporcione eventuais descobertas, produz desconfianças e indiferenças incompatíveis com o universo cancional. As rádios de vasta audiência são há muito tempo cúmplices de conglomerados comerciais e só operam na faixa de grande consumo, o que as distancia cada vez mais do antigo papel de principal divulgadora das variedades sonoras de todo o país. Do mesmo modo, as televisões abertas (exceto as culturais) retiraram os musicais de sua programação, restringindo-se à utilização de canções “eleitas” do mainstream para compor as trilhas de suas novelas. Mas rádio e televisão, mesmo que quisessem novamente apoiar o segmento musical, não mais dariam conta. As condições quase provincianas das décadas de 1960 e 1970, que proporcionaram a reunião de todos os artistas importantes numa mesma emissora, a Record, são irrecuperáveis e inconciliáveis com o mundo contemporâneo. Sobram as nostalgias: nunca houve geração musical como a daqueles anos! O auge de nossa música popular foi a bossa nova! Nunca houve tanta vibração e qualidade musical como na era dos festivais! Etc.

Talvez nunca tenha havido, isto sim, tanta concentração e visibilidade das principais tendências da música brasileira como naquele período. Talvez nunca tenha havido uma geração tão reouvida e, portanto, tão fundamental na formação da nossa identidade. Quando suas obras não nos eram apresentadas diretamente pela televisão, desfilavam nas paradas de sucessos programadas por emissoras de rádio. Os cancionistas formavam uma classe bem delimitada e inteiramente conhecida do público. Embora o ingresso no mundo artístico fosse mais restrito, depois da gravação do primeiro disco e de sua inserção na então “pequena” mídia disponível, a passagem do ouvir ao reouvir era quase automática.

Atualmente, não é exagero dizer que surgem novos artistas todos os dias. Logo os teremos todas as horas, todos os minutos, e, claro, teremos cada vez menos disposição para ouvi-los. A mídia se retrai e só reconhece uma parcela mínima desse imenso contingente de criadores que se aglomera nos espaços virtuais, nas filas de patrocínio e nos palcos alternativos de todo o Brasil. Daí a importância atual de algumas instituições bancárias, ao lado de empresas mais arejadas, que vêm investindo em projetos de revelação e difusão de talentos ao menos nos principais centros de cultura do país. Daí a importância do Sesc, outro núcleo extraordinário de veiculação das iniciativas artísticas de alto nível, que, particularmente em São Paulo, realiza um trabalho ininterrupto de circulação das artes brasileiras - e que, neste momento, vê parte de seus empreendimentos ameaçada por lamentáveis perdas de arrecadação.

É no interior dessas salas de espetáculo que a música brasileira pulsa com o mesmo vigor de todos os tempos. Quem as freqüenta tem tido oportunidade de se imbuir das incríveis dicções cancionais de nossa época. Em sua maioria, elas não cabem mais na grande mídia, mas pela amostra de poucos que puderam migrar desse mundo artístico periférico para o centro de médio e grande consumo, onde podem ser reouvidos (citemos, entre muitos, os compositores-intérpretes Zeca Baleiro, Zélia Duncan, Lenine, Arnaldo Antunes, Chico César e Vanessa da Mata), já vemos que nada devem à geração dos anos sessenta e setenta. Com a vantagem de que ainda estão no primeiro tempo de sua partida musical.

*Luiz Tatit é fundador do Grupo Rumo, compositor, cantor, violonista e professor do Depto. de Lingüística da Faculdade de Filosofia da USP. É autor de O Cancionista (Edusp, 2002)

Artigo publicado no suplemento Aliás, jornal O Estado de São Paulo, em 30 de dezembro de 2006.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Novimentando Movamente!


fotografia de débora - um registro no CCBNB


Participamos da Feira Internacional da Música, em Fortaleza. Fizemos contatos. Dia 22 de agosto tocamos, à tarde, no Centro Cultural BNB, no centro - em breve, imagens da apresentação! Tocamos também, no mesmo dia 22 de agosto, no bar Órbita, ao lado do Dragão do Mar. Nessa apresentação, estava a Cia de Comédia Os Melhores do Mundo na platéia! Eles, gentilmente, até comentaram sobre a Validuaté no site deles:

SOM PIAUIENSE

"Da série "bandas que conheci por acaso em nossas andanças pelo Brasil e me tornei fã", assisti aqui em Fortaleza um som nascido em Teresina e batizado de Validuaté. Experiência, personalidade, presença de palco e música como tem que ser: Sem preconceito. Deixo aqui meu obrigado aos caras pela noite privilegiada que tive. Recomendo =)".

Mui obrigados da banda pela remocomendação d'Os Melhores do Mundo! Quaresma e eu participamos de debate sobre comunicação no mercado musical. O produtor Márcio Menezes divulgou a banda como pôde. Conversei um tempão com o jornalista, músico, tradutor e escritor Alex Antunes, dentre outras gargalhadas e viagens, sobre crítica, difusão musical e como a Validuaté pode entrar nesse circuito. Vazin, Júnior e Cláudio Luz chegaram um pouco depois e deram força. Ponte dos Ingleses + Hotel Tabajara + Praia de Iracema + Correria para arrumar parceiros nessa nossa empreitada sonora + Shows à noite + Quaresma cumprimentando Simone Soul + A gente junto jantando + Cuidado com os malas + Prostitutas-paisagem-de-comércio-barra-pesada + Vazin e Júnior jogando bola e descobrindo o despreparo físico + A gente gargalhando de tudo isso + Encontro com Eita Piula, Roque Moreira, Batuque Elétrico + Alguma esperança de maior locomoção da música feita no Piauí + Simplesmente porque essa música é um pedaço bom, brasileiro.

Agora estamos fazendo a pós-feira, continuando, reforçando alguns pontos, repetindo pra mudar e tentando construir o lugar onde queremos estar.