domingo, 28 de junho de 2009

Mundo multidão mil



Minha queridississíssima amiga SÓ – Maria do Socorro Fernandes de Carvalho – foi professora do Quaresma, do Wagner e minha também na graduação em Letras, na UFPI. E me deixa repleto de contentamento acrescentar que a SÓ, este ano de 2009, orienta o Wagner no mestrado! Então. Quando eu esboçava minha pesquisa como bolsista CNPq sob a aguda supervisão da SÓ, ela me mostrou alguns livros do poeta português E. M. de Melo e Castro. Num deles eu li-vi o poema visual “mundo multidão mil”. O som das três palavras encadeadas encantaram subitamente. Comecei dentro do ônibus a fazer a letra acompanhada de um ritmo improvisado. Mas, depois de conversas com Quaresma, virou um rock que diz um pouco da inventividade das pessoas, da esperança e dos movimentos vários das culturas do mundo. Marx, Freud e Jesus Cristo também estão aqui. É só encontrá-los hehehehe! Um beijo, SÓ!

Ela é



Quaresma fez a canção sozinho. Quase todo mundo pergunta quem foi sua musa, quem é essa mulher. Ele sempre ri. Antes eu pensava: AH! Quaresma galanteador... fez a música pra mulher que passa. Porém, agora descobri a verdade e digo que a famigerada cunhã não é inspirada em ninguém que você conhece. Ela é uma mistura de Num Se Pode com King Kong e mora solitária numa floresta escura de árvores escuras e milenares. Gigante e pedante, ela leu Hamlet (a parte em que ele, com uma caveira na mão, conversa com Horácio e fala: “vai agora aos aposentos de minha dama e diz-lhe que por mais grossas camadas de pintura que ela ponha sobre a face, terá de chegar a isto. vai fazê-la rir com essa idéia...”). Porém ela não entendeu nada. Depois leu as palavras do filho de Davi, no Eclesiastes: “Vaidade! Vaidade! Tudo é vaidade”. E continuou sem entender bulhufas. Embuste ou não, a fim de ficar cada vez mais bela, ela se alimenta de camponeses musculosos e lindas camponesas que moram perto da floresta escura...

Junto



Era sete da noite. A tv estava ligada sem som. Eu cantava sambas de tristeza e lágrimas ao violão. O incrível é que melancolia e contentamento estavam misturados. Daí aproveitei a seqüência harmônica na qual a maioria dos sambas são feitos e letra e melodia saíram juntas. É uma celebração da alegria dos encontros cheios de êxtase. O quaresma sempre brincava com a parte final da letra dizendo “até chorar”... e ficou assim sendo composição nossa. Nas apresentações ela foi se aprumando. O Júnior sempre que começa a canção na guitarra fica numa concentração engraçada – o John que o diga – mangando, obviamente. O solo que o vazin faz faz bem. Viva o Jr. Caixão! Viva o John Well! Viva o Vazin! Outro viva para a alegria dos encontros cheios de êxtase... até chorar... e rir em seguida.

Céu%



Num fim de tarde, a chuva e o fogo do sol inteiramente unificados no céu. Nunca tive tão fulgurante visão do firmamento como naquele dia. Exceto ao ler o Federico Garcia Lorca. Naquele suicídio da tarde, tinha absoluta certeza de que seria algum apocalipse de fim-começo de mundo, as trombetas iriam tocar um som metálico-trágico e conheceria pessoalmente, enfim, Gabriel, Mercúrio, Pigmalião, Jesus, Zeus... toda a multidão celeste. Debaixo de grossa chuva com goteiras, estrelas, lua e sol e noite ao mesmo tempo fui escrevendo o texto. Comecei a melodia e parei – estava muito eufórico! Depois terminei a canção com Quaresma. Contudo, essa experiência verídica-fantástica foi somada às lembranças do verso do Lorca “o mar sorri ao longe: dentes de espuma, lábios de céu – do poema “balada da água do mar”. Desse verso escrevi as letras de céu% e o mar e o pano. Vieram coladas do mesmo Lorca, do mesmo céu total.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Superbonder



Quando o Quaresma me convidou para entrar na Validuaté, em 2004 – era manhã, estávamos num treiler na UFPI batucando numa caixa de bateria – superbonder a primeira canção que mostrei pra ele... que ria, ria e provavelmente não aprovava... mas me perdoava! HeHeHe! Eu estava, e ainda estou, interessado nas discussões acerca da e com a época em que vivemos. Uns falando de pós-modernidade, outros intensificação da modernidade, outros ultramodernidade, outros não falam nada... Reuni um ultraindividualismo vigente, um hedonismo levado às últimas conseqüências, uma fragmentação de tudo e um fim das utopias e fiz Um Hino Para a Pós-Modernidade: um samba-gingle-sátira!

Superbonder é também uma homenagem ao queridissíssimo e, infelizmente, menos lido e menos ouvido JORGE MAUTNER!!! Ainda escreverei mais sobre o Jorge Mautner em outra oportunidade. Mas aqui digo ainda que fiquei-fico arrebatado de agito no espírito, cheio de riso quando algumas pessoas que assistiram-assistem a uma e outra apresentação da Validuaté vieram-vêm conversar comigo e falaram-falam terem visto alguma parte da obra do Jorge Mautner após escutarem Superbonder, pois jamais ouviram o nome desse artista antes! Triste não ser novidade. Mais uma injustiça no Brasil. No entanto, John Well, Vazin, Quaresma, Júnior, Wagner e eu estamos com o espírito musculoso para contar as nossas anunciações, as nossas boas novas, nossos evangelhos. Para finalizar, quero enviar um abraço para o querido menino George, filho do Janin e sobrinho do Vazin, que ouve Superbonder – com a atenção que as crianças interessadas dão – para gritar no final da canção: “ei mããããããe...”.

Meu bem, nem venha



Canção que quer ser brega-romântica. Fica envolvente quando todos estamos de óculos escuros dando dois pequenos passos para direita, depois dois pra esquerda. Iluminados por luzes cor de rosa. Fazer cara de sedutor cafajeste como o Vazin, ou pôr uma rosa vermelha na boca e imitar o corpo de um canalha proxeneta de filme dos anos 70, como o Júnior, também funciona.

Pelos pátios partidos em festa


fotografia do Quaresma
beijo para a artista plástica Meire Fernandes
e para o Phillipe Xadai pela contribuição visual


Um camarada-poeta-professor-de-outras-histórias, Demétrios Galvão, contou o seguinte: thiago, os poetas Cláudio Willer e Roberto Piva estavam num bar quando viram passar um caminhão de mudança, cheio de móveis e compunha uma imagem surrealista - na carroceria havia um armário com as portas abertas que se fechavam com forte barulho e louca violência sobre a carroceria, além de um lençol azul preso no móvel que esvoaçava ao vento. Mais tarde, o Willer e o Piva descobriram que André Breton havia morrido no mesmo dia! E aquela visão, com certeza, era seu espírito se despedindo. Achei intrigante, resolvi acreditar na história e me vieram várias imagens à mente. Escrevi um texto de quatorze versos que depois, com o Quaresma, modificamos e acrescentamos para caber na melodia que fora criada. Vimos que o significado do trecho “pelos pátios partidos em festa” dizia a proposta da banda. também de certa-muitas formas ligada ao poema do Nietzsche no Humano, Demasiado Humano em que ele fala de "homens alegres, livres pelo coração".

Podes crer na dúvida



será que as estrelas são goteiras do telhado de Deus?!
ou
as goteiras é que são estrelas do telhado meu?!

Atividade Proposta
Vazin avisa: a média é 7.
Depois de ouvir o regue que professor Quaresma compôs há alguns anos, marque a opção que acredita ser válida para as seguintes perguntas:


1ª) quem inventou o antes?

a) alberto silva
b) o magro de aço
c) o acaso
d) deus
e) depois eu te digo


2ª) quem foi que fez o nada?

a) mão santa
b) muitos funcionários públicos
c) os gerentes do SETUT
d) a juventude contemporânea
e) quem deu sabedoria a quem pudesse duvidar

...................................good luck

Amorlâmpago



Começou como samba ao violão a partir de acordes cíclicos num clichê harmônico. Tempos depois virou um rock pesado-leve com saudade de ser antigo. Eu tinha lido um livro do Olivério Girondo – emprestado do meu amigo-erudito-de-risada-bonita-poeta-professor Ranieri Ribas. Em certa parte, o Girondo falava do peixelâmpago. A imagem amando o som ficou na minha cabeça, além das gravuras do livro que eram muito boas. Harmonizei as informações e loucuras todas. Saiu um rock do amor em muitos momentos. Canção de contentamento e graça e dor e harmonia dos diferentes. O mar é anagrama de amor. O mar pode ser revolto amor. O Quaresma chamou minha atenção pra algumas musicalidades da canção e me ensina coisas que eu não penso – é também um professor de melodias e harmonias – até quando discordamos. Ainda escreverei mais sobre o Quaresma com voz melodiosa de aboio high-tech. Quaresma merece. Quaresma é um forte porta-estandarte da vontade de bonita arte deste estado sofrido. Aqui também o abraço fortemente e agradeço os ensinamentos. Sou menos pior porque o conheci. Não podia perder essa oportunidade de mais uma vez demonstrar o meu afeto, meu amigo. Vazin com pegada musculosa. Júnior começa no pulso sedutor. Wagner faz continuísmos macios de groove-colchão. John agora emenda com Iron Maiden e I’m running free. We’re running free.

Um guarda-chuva laranja


ensaio outra ordem possível

Quaresma me deu a melodia, o andamento. Ele dizia da beleza e estranheza de coisa acesa que é um guarda-chuva laranja. Peguei a musicalidade criada. Escrevi a letra num de-repente. Pode ser uma marchinha de carnaval para mudar um dia de agonia, uma demonstração de bem-querer largo, extenso, demasiado. E-ou outra coisa que você quiser. Faça da canção um inutensílio útil.

Essa moça



Wagner envolve no início da canção com seu baixo bailarino blue e bonito. Viva o Wagner! Júnior na guitarra base de suingue funkeado. Viva o Júnior! Vazin esfuziante no solo delirante. Viva o Vazin! John demora bastante na bateria brutal que treme dos tímpanos ao tórax. Viva o John Well! Quaresma e a voz velada e veludosa voz. Viva o Quaresma! Uma das primeiras canções do Pelos Pátios Partidos em Festa gravadas e mixadas pelo Márcio Bigly. Um abraço fortão em forma de muito obrigados ao camaradamigo talentoso músico Márcio Bigly – o jovem. Essa moça tem um vestido florado e enfeitado com uma fita brilhosa. Essa moça é um raro acontecimento porque é talvez a única moça bonita que outras moças também acham bonita. Lembrando um poema do queridissíssimo Mário Quintana! Viva o Mário Quintana!

DA AMIZADE ENTRE MULHERES

Dizem-se amigas... Beijam-se... Mas qual!
Haverá quem nisso creia?
Salvo se uma das duas, por sinal,
For muito velha, ou muito feia...

Bicho do mato



Forró aperriado e dinossauro e jurássico porque é a canção com mais idade de todas.

antes de existir validuaté, existia bicho do mato!
bicho do mato! bicho do mato! bicho do mato!


As gravações desse baião foram repletas de entusiasmo e cansaços e vontades na madrugada – sobretudo do esforço do Seu Sebastião Cadete, um senhor e agricultor e sanfoneiro da zona rural de União e amigo do Quaresma. Abração bem fortão e muito obrigados pela participação no disco, Seu Sebastião Cadete! Igualmente agradecemos imensamente a Pachico, zabumbeiro e filho de Seu Sebastião Cadete! Outra participação boa! Ah! Merendas-da-meia-noite foram a salvação para os nossos músculos. Devemo-las à Mariana Arraes: amiga e força nas horas difíceis. Forró freqüente, frivioso, fremoso.

Yo no tengo una banda



Uma das primeiras músicas do Quaresma. E, tempos após pronta a composição, Maykell Francis – amigo, cantor, compositor e matador – mostrou-me um livro de política. Rimos bastante: “dinheiro não traz felicidade – disse um capitalista”. Ah! Rainer Maria Rilke, quando a tristeza é muito grande, a gente ri... Eu não tenho uma banda. Megamomento teatral das apresentações da banda sem uma banda. Nossos(as) amigos(as) na platéia participam nos emprestando R$ 1,00. “Alguém me empresta só um real”?! Mas nossas(os) amigas(os) também não tem grana e, tão logo a música termina, vêm reclamar de volta o empréstimo. Abraços fraternos. Eu não tenho uma banda. Realidade lisa e triste da maioria da população teresinense, unionense, piauiense, nordestina, brasileira, latino-americana. Um músico com feição de mexicano ilegal e clandestino deportado canta este estribilho no Loteamento do Mocambinho:

Vivo en la América latina lisa
Vivo en lisa América Latina

Mira quanta lisera!


Atividade Proposta
A seguir, escreva o que os países do Norte têm a ver com isso:

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OBS: se o espaço for insuficiente, trazer no próximo encontro.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O Mar e o Pano


ilustração sugerida pelo amigo, cantor, compositor,
artista plástico e professor de inglês Joniel Veras



O site da Validuaté vai sair, num breve feito de alguns dias. E, noutro breve feito de alguns dias, serão comentadas aqui as canções do disco Alegria Girar. Por enquanto ele está sendo prensado. O disco trará novas digitais. Começo de nova identidade. Em verdade, nova-velha identidade. Ou novelha identidade. HeHe. Estas linhas são somente-tão aviso de que, por esses dias, foram sentidas vontades de colocar aqui meu olhar em cima dos inícios das canções do álbum Pelos Pátios Partidos em Festa. É claro que será minha percepção e, por consequência, impregnada do meu ritmo. Logo os camaradas da Validuaté escreverão cada um seus ouvidos, sua visão, sua ouvisão.


O mar e o Pano

Em 2004, fui ao hospital fazer uma cardio-estimulação transesofágica. Descobri que o comportamento do coração vem do gosto que se tem na boca – ou da ausência na boca. Esperava. Havia uma revista velha perto do chão, talvez fosse para o lixo. Peguei nas folhas amassadas. Numa página estava uma vasta variedade de frases de efeito, fofoqueiros, artistas diversos, e outras tantas pessoas famosas na grande mídia daquele tempo, quando vejo um verso do Federico Garcia Lorca. Dizia - o mar sorri de longe: dentes de espuma, lábios de céu. O poema do Lorca me ajudou lindamente e extasiadamente. Esse verso res-suava na minha imaginação e foi o Noigandres daquele momento. Logo fiz a letra da canção. Passou tempinho até o Quaresma colocar melodia com um rock inspirado para o texto. O Vazin pôs um peso presentezão de guitarra, conseqüência do metal em seus dedos; o Júnior com um efeito contínuo dos pedais; o Wagner num grave também contínuo quase colchão pra tudo; e Jonh Well nas baterias recarregáveis e potentes. Canção do fim viciado em começo.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Cabeças Falantes em Línguas




Nós temos o bolso duro, mas não o miolo mole. Dizer da impossibilidade de viver de manifestação artística nesta cidade. He He He, só nesta?! Porém, apesar de todas as agruras financeiras, as atividades criadoras são contínuas. O prazer nos sustenta em pé?! Hoje nos reunimos numa padaria e rimos e coisas feitas e outras criando pés e serão nossos pés. Pés de prazer! Ou muletas?! Tomamos um refrigerante apenas com um salgado – a duras penas – porque era de frango. Nós temos o bolso duro, mas não o miolo mole. Aguardemos a Validuaté e trocaremos recíprocos pégasos de encontros levitantes instigadores da descoberta boa. Depois falarei mais sobre teresina + arte + dinheiro = Essa é uma equação inexistente?! E como o assunto dá muita manga pro pano comprido, falarei somente de uma lembrança do dia: a poesia. Não desejei isso, mas todas essas percepções passam pelo corpoema: todos os ódios, sangues, guerras, paz, paciência e pobreza são vistos por esse vício. Pois bem. Ah! Lembro hoje de um padre de 1712, Dom Raphael Bluteau, que dizia o que é verso:

A idade própria para fazer versos é a mocidade,
porque a Poesia quer a flor dos espíritos.

Ao príncipe dos poetas Apollo, nunca o vi pintado velho,
com cabelinhos louros,
mais se facilitam as musas, que com cãs venerandas.

Dos Oráculos foram recebidas as respostas em verso,
até que no mundo, já mais grave e sisudo
se foram introduzindo costumes mais severos.

Então, a História separou da Fábula, a verdade.
Chamam-se os Poetas Cisnes, título que os faz desprezíveis,
porque não é estimada a candidez.

Não se faz caso dos versificadores,
porque cantam Odes, e não contam Moedas.

Pallas, fabuloso Nume da sabedoria, e das ciências,
antigamente entre os nomes, que lhe deram, teve o da Moeda,
porque sempre mais nomeada é a ciência, que com dinheiro se acha.

Querer adiantar-se com versos é fundar em versas a sua fortuna.

O Parnaso é monte infrutífero,
os oureiros não produzem coisa que se possa comer.

Musas há mais estéreis que virgens.

Ao som das liras não acodem as libras.

Por isso dizia um discreto que o adjetivo de poeta é pobre.

Ah, Dom Raphael Bluteau, estamos fritos?!
Dinheiro é preciso. O resto é besteira. Só isso?!

Atividade Proposta
Após a leitura do texto, responda às questões anteriores
e traga no próximo encontro:
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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Vale das Alcunhas


fotografia: Dalyne Barbosa
título da fotografia: Um Monte de Mão na Pegação



Após nossa apresentação no Boca da Noite, que fora empolgantemente forte – apesar de alguns da Validuaté estarem com pontiaguda gripe – rs! Quero agradecer a quem compareceu e somou voz e corpo dançantes às nossas vozes e corpos inquietos! Um abração fortão a quem tirou um tempinho seu e foi ouviver os movimentos da Validuaté!

E, ao falar a palavra “validuaté”, quero dividir aqui no blog os nomes com os quais confundem, de quando em vez, o nome da banda:

1) No show do Caetano Veloso, éramos peregrinos no cartaz:
Validuapé

2) Frequentemente pensam sermos banda gospel:
Vale do Até,
Subindo ao Céu

3) Ou mesmo que somos da swingueira:
Vale do Axé, ou Baile do Axé

4) Animadores de toda sorte:
Baile do Hotel

5) Grupo com vermelhas canções políticas pela reforma agrária:
Vale dos Sem-Terra

6) Ajuntamento sado-masoquista pela transa livre e orgia total:
Vai que Tem Sexo

Se você tem uma “confusão” a acrescentar nesse glossário, fique à vontade. Por enquanto é isso. Pois é, por enquanto...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Validuaté no Boca da Noite




Urgente!!!

VALIDUATÉ
Dia 17 de Junho
7 da noite
No Boca da Noite

AMANHÃ!

VALIDUATÉ
Dia 17 de junho
7 da noite
No Boca da Noite

É HOJE!

Espalhem!!!

com boca livre, com boca júniors, com boca de Rolling Stones, com boca de ouro, com boca de sino, com boca do inferno, com a boca do lixo, e já que o assunto é boca, um beijo para todos os camaradas com a boca no trombone!

boca

Caríssimos amigos!! Nosso Show no Boca da Noite será dia 17 de junho!!! Às 19h! No Clube dos Diários!!!

sábado, 13 de junho de 2009

Validuaté no Festival de Inverno de Pedro II


fotografia: Diego Iglesias



Nessa sexta feira namorosa de 2009, nós da Validuaté participamos do Festival de Inverno da cidade de Pedro II. E faz-se necessário imprimir no papel, em letras, o que sentimos no corpo – em pulso, som-resposta e um por dentro esfuziante pela ressonância de emoção com todos nós presentes.

Fomos super-bem tratados pelo pessoal da organização: do paciente motorista Márcio à atenciosa Regina na produção do palco. Agradecemos também ao nosso amigo de trabalhos com engenharia sonora Mike Soares! Talento e ouvidos ajudando na mesa de som. E à querida Renata, com os discos. Maia Veloso, simpatissíssima, nos apresentou elogiosamente. Rimos siceros e um beijo, Maia. Agradecemos a todos! E nosso reconhecimento não está apenas nestas palavras não. Ontem, quem pudemos abraçar, abraçamos!

Temos somente uma reclamação a fazer. E essa reclamação já foi feita pessoalmente ao “responsável”. Contudo, fazemos questão de pô-la publicamente aqui:

A Validuaté gostou muito de ser chamada, mas queria ter sido “convidada” com antecedência. A gente teve o constrangimento de ser “avisado” pela internet: em blogs, sites, etc.

Passamos dias ouvindo dos colegas perguntas sobre como seria nossa apresentação em Pedro II... Não sabíamos o que fazer. Respondíamos: “Ainda não sabemos. Não falaram com a gente”. E mais colegas argumentavam: “Como assim?! O nome de vocês está na programação!”. E nós, em soma de vezes, falávamos: “Mas, não falaram com a gente...”.

Qualquer pessoa minimamente interessada
em fazer contato conosco nos encontra em 1 minuto!

No nosso primeiro disco, tem escrito assim, na contracapa: “contatos: 0xx86 9411-1262”. Não precisa nem abrir o disco! Mesmo em outro estado da federação não seríamos difíceis. No planeta Terra, temos uma coisa super-interessante chamada “Google”:

Qualquer pessoa minimamente interessada
em fazer contato conosco nos acharia em segundos!

Ainda no planeta Terra temos mais outras ferramentas repletas de possibilidades. Dentre elas: “Orkut”, “myspace”, “palco mp3”... E, no fim, soubemos de como seria nossa viagem pra Pedro II, ontem! No mesmo dia em que tocamos!

A Validuaté não é séria, é responsável!
Extremamente responsável!
Respeitamos as pessoas e, trabalhadores na linguagem que somos,
tomamos cuidado com o significado das palavras.

Graças à paciência humana e acalentos celestes, a noite inesquecível prevaleceu. Após o João Bosco com canções bonitas, iluminadas de sol na cabeça, a Validuaté se apresentou nova a um público novo. Público de alma acesa, nós faiscando vontade de estar ali cantando, dançando, falando e retumbando rock’s e teatralidade entusiasmados – pra variar Ha!Ha!Ha!Ha! Proclamamos Vivas! à música autoral no Piauí! Proclamamos Vivas! à fusão de coisas boas no Brasil: o samba, a dança, a amizade, a canção, o roque e à poesia fora dos chatos pedantes que enchem os sacos. Fora! Traga-se pra dentro a delícia. Leminski ria e lembrava: “vão é tudo aquilo que não for prazer”. Aristóteles ajuntava: “as palavras agradáveis promovem conhecimento ao espírito”. E, ontem, aprendemos mais algumas coisas. Percebemos isso no público também. Troca de espanto bom! Troca sempre bem-vinda!

Alguém que por ventura, naquele instante, chegasse àquela praça diria com os lábios do espírito: Ê povo bonito.

sábado, 6 de junho de 2009

Que noite!

Validuaté e Márcio Greyck (Altos, 2007)


Anteontem, dia 5 de junho, vivi uma noite inesquecível. Por alguns motivos. Fui assistir ao show de nosso grande e querido Márcio Greyck em uma grande festa da Jovem Guarda aqui na cidade de Teresina, onde também tocaram Os Pholhas e Almir (Fevers). A festa foi grande mesmo, já assustando pela dificuldade de estacionar e a fila pra entrar. Tinha a expectavia de poder conversar um pouco com o Márcio sobre sua canção que gravamos, a belíssima Eu preciso de você e também esperava um grande show como o que vimos na cidade de Altos, quando assistimos pela primeira vez ao show do Márcio, e pudemos conversar muito.

Ao entrar no local, que estava lotado, tive a má impressão de que o som não estava bom. Estava abafado, sem definição, e baixo. A primeira impressão foi a que permaneceu pelo resto da noite. A segregação econômica estava materializada sob a forma de uma grade que nos separava da área das mesas. A distância nos permitia pelo menos ver quantos músicos estavam sobre o palco...

O primeiro show foi o dos Pholhas. Músicas bonitas embalaram abraços e beijos de muitos casais que dançavam por todo lado. Um público na sua maioria maduro, talvez mais na aparência do que nas atitudes. Já explico.

Terminado o show dos Pholhas, fecham-se as cortinas. Depois de algum tempo - não demorou muito - aparece um moço no meio das duas cortinas. Ele fala algo sobre apoios e patrocínios e outras coisas que não se podiam ouvir, dada a já comprovada desqualificação do equipamento de som e a coerente incompetência do "mesário", para usar um termo mais apropriado. Depois de falar e falar, ele anuncia a segunda atração: Márcio Greyck. Isso mesmo. Teve dificuldade para ler? Mais a tive para entender o distinto apresentador ao anunciar para um público desinteressado um dos maiores nomes da música romântica do Brasil: Márcio Greyck! Ele entrou correndo, com uma alegria jovial, acenando para as pessoas que o esperavam ali na frente. Desta vez não trouxe banda completa, e tocou acompanhado por seu guitarrista e seu tecladista. Talvez por usar esse formato de banda, o som precisasse de um cuidado maior. Se antes, com todos os Polhas no palco, o som já estava obscuro, com uma formação menor ele ficou soterrado. Mas o pior foi ouvir as vaias que surgiram ali logo atrás de onde eu me encontrava. Seria louvável qualquer atitude que servisse de protesto contra a má-qualidade dos servisos ali oferecidos, se não fosse algo tão grosseiro e se fosse direcionada ao responsável pela falha. Afinal, todos pagaram e queriam ver um show de qualidade. Mas vaiar o artista?!!! Isso passou da conta. Será que os pobres coitados ignorantes que vaiaram acreditavam que a culpa era do artista? Olhei para a cabine onde deveria estar o "mesário" irresponsável pelo som....: apertem os cintos, o "mesário" sumiu. Talvez estivesse cuidando de outro tipo de mesa... Um momento triste e constrangedor que logo passou, assim que ouvimos canções como "O apartamento", "Impossível acreditar que perdi você", "O infinito", "Aparências" e "Eu preciso de você", música que regravamos em nosso segundo CD. A cada uma eram mais e mais aplausos. Acretido que as vaias não chegaram aos ouvidos do Márcio. Estávamos a uma distância considerável e os gritos se misturavam aos aplausos. Ele não as merecia ouvir. Apesar de tudo foi emocionante vê-lo, mesmo de longe. Uma pena ele ter de voltar correndo pro aeroporto. Será que a "produção" não pagou hotel pros artistas?

Para meu consolo terei a chance de reencontrá-lo dia 25 no Teatro 4 de Setembro, quando ele virá participar do Projeto Seis e Meia. Quem teve sorte mesmo foi nosso amigo Thiago e, que não entrou na festa e enquanto esperava pra ver se o preço do ingresso baixava, teve a chance de falar com ninguém menos que Márcio Greyck, quando este chegava ao local do show. Que danado esse Thiago! Ganhou a noite.

A última atração foi Almir. O show mais animado. Ninguém parado. "Veeeem, vem me ajudaaaar!...." "hey girl, laralará!...." "paaaa, papa papaaaaá....", "onde estão teus ooooooolhos negros..." "pra cima, pra baixo, pra cima....", "eu perguntava do you wanna dance.....", "se você me quiser aaaaahhhahh". O som cresceu um pouco mas ainda estava cavernoso. Pelo visto foi satisfação total no final da festa e ninguém precisou pedir seu dinheiro de volta.

Jamais esquecerei dessa noite, principalmente pelo que ocorreu no show do nosso querido Márcio. Ainda bem que o próximo show será no Teatro. Aí sim teremos show e não festa.

No mais é bom irmos conhecendo os produtores show e festas de nossa cidade: Senhor Raimundo Gomes, comecei a conhecê-lo nessa grande festa da jovem guarda.


quarta-feira, 3 de junho de 2009

Plaina Maravalha devora homens no séc. XXI



O disco Alegria Girar traz um rock-funk repleto de lascívia e furor carnal. Inspirado na fotografia acima, que vi num livro sobre paixão, e numa conversa de viagem indo para Oeiras com os amigos da Validuaté. Quaresma contava que ouviu do Seu Francisco Carvalho as expressões "maravalha" e "plaina". Ríamos e atraiu-me bastante as duas palavras conjuntas. A composição saiu naturalmente depois de lembrar de Theda Bara: a devoradora de homens dos anos 20, Rilke e Tchekhov.

Tente criar uma melodia para a letra do rock também funk ehehehe:

Plaina Maravalha
letra e música: Thiago e

Plaina Maravalha é devoradora de homens
Um anjo, um azougue e “todo anjo é terrível”
Não vê vantagem em receber flores
Pois flores mortas não deliram

Plaina Maravalha
conheceu Mário numa festa. Dançaram e beberam:
- Mário, tu é muito interessante!
E Mário era o cara mais feliz naquele instante

Mas, depois que acordou Mário não viu ninguém
e não achou nenhum bilhete
Plaina Maravalha quando come alguém não quer saber de nada,
só saliva de tarada
Mário lembrou de toda a conversa. Eles pensavam parecido
e por que não ter algo sério?!
Mas, Plaina Maravalha é só desejo
e só ter fé na carne é sua vida de mistério!

Plaina Maravalha
só tem fé na carne
é pior que Theda Bara

Plaina Maravalha
por mais corpos que consuma
nunca finda sua tara

Plaina Maravalha!

Plaina Maravalha é devoradora de homens
Um anjo, um azougue e “todo anjo é terrível”
Não se excita com chocolate
Pois ela jura que dá tontura

Plaina Maravalha
conheceu Dante numa festa. Dançaram e beberam:
- Dante, tu é muito interessante!
E Dante não sabia o que fazer naquele instante

Daí, depois que acordou, Dante não viu ninguém
e foi ler coisas do Tchekhov
Plaina Maravalha quando come alguém não quer saber de nada,
só saliva de tarada
Dante lembrou de toda conversa eles não tinham nada a ver
e viu na página em que lia:
“Um cão faminto só tem fé na carne”
e lembrou daquela moça que só lambe, morde e arde!

Plaina Maravalha
só tem fé na carne
é pior que Theda Bara

Plaina Maravalha
por mais corpos que consuma
nunca finda sua tara

Plaina Maravalha!

- Beto tu é muito interessante!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Vem Comigo Que No Caminho Eu Explico



AH, Goethe! Tua conversa:
Há pessoas que nunca se perdem porque não se põem a caminho

Hoje é segunda feira que tece novidades!
Um panozão
de possibilidades faiscantes no trabalho da Validuaté.
Quem puder ver verá. Quem tiver ouvidos que ouça.
Márcio Menezes traz do eixo São-Paulo-Rio
uma caixinha de surpresas! Que é a coisa mesma de
uma caixona de música!

Espaço sujeito a alterações durante as próximas vibrações.

AH, Goethe! Concordo contigo:
Escrever é um ócio muito trabalhoso